terça-feira, 2 de outubro de 2012

CINQUENTA TONS.


Texto de Sônia Canto
Sou uma leitora voraz. Sou capaz de encarar um livro de 800 páginas sem a menor cerimônia e devorá-lo em 3 dias, para isso é importante que o cheiro do livro seja, também, especial.
Ah, o cheiro dos livros... É um ritual: entrar na livraria, lançar aquele olhar de 360o nos livros expostos e decidir por um deles. Ultrapassada essa fase, vem o toque... Com as mãos espalmadas acariciar a capa, abrir o volume bem no meio e, lentamente, absorver o odor inebriante do papel.
Cada livro tem o seu odor especial e, raramente um livro de cheiro bom é ruim.
Foi o que aconteceu com Cinquenta Tons de Cinza, de E L James. Li em Veja sobre o lançamento, mas não dei atenção. Ao procurar o quarto livro da série Crônicas de Gelo e Fogo, “O Festim dos Corvos” e não o encontrando, dei de cara com aquela gravata prateada estampada  na capa de um livro cinza e o comprei, sem nenhum ritual.
Quando cheirei o livro, gostei do odor e comecei a ler. Ao devorar as primeiras páginas, minha primeira reação foi... “O quê que é isso?” Me pareceu estar de volta aos tempos de Bianca, Julia e Sabrina... Só faltaram aquelas clássicas descrições: tez clara, nariz adunco, queixo proeminente...
Segui em frente e passei a madrugada lendo. Terminei pela manhã.
O livro Cinquenta Tons de Cinza é o primeiro de uma trilogia, e a sequencia Cinquenta tons mais escuros, lançado em setembro, e Cinquenta tons de liberdade, a ser lançado em novembro no Brasil, conta a história de uma donzela de 21 anos e seu romance com um bilionário de 27 anos.
Em minha opinião, o sucesso estrondoso desta trilogia, no nível mundial, se deve a exposição de assuntos considerados tabus: o sadomasoquismo, principalmente.
É uma leitura intensa, com passagens que nunca haviam passado nem de longe em minhas fantasias mais delirantes. Mas não deixa de ser muito interessante e, de certa forma, elucidativa e educativa.
Comentando sobre a repercussão do livro, Lu Oliveira escreve No livro, a submissão sexual feminina é discutida e esse é um ponto interessante. Uma mulher pode ser chamada de independente não apenas quando tiver uma vida profissional satisfatória e um bom salário. Uma mulher será independente quando não se submeter às vontades do seu companheiro na cama apenas por medo de perdê-lo. Uma mulher será independente quando não se sentir constrangida em dizer para o marido ou para o namorado que tem suas fantasias e que deseja realizá-las com ele.”
Já num comentário ao texto de Lu Oliveira, alguém que se intitula RAHEG, diz A verdade é que desde que o mundo é mundo, tanto homens como mulheres tem guardado dentro de si, fantasias sexuais que sonham realizar um dia. Em função de nossa sociedade machista, apenas os homens (e nem sempre) as põe em prática, ficando a mulher na maioria das vezes, apenas com aquele desejo povoando seus pensamentos.”
O segundo livro da trilogia, Cinquenta tons mais escuros, traz o casal mais amadurecido e lidando com os aspectos mais sombrios de suas personalidades. Ele lutando para exorcizar seus fantasmas e ela se descobrindo mais próxima das sombras.
Agora é aguardar o lançamento de “Cinquenta tons de liberdade” para enfim, respirar.
Leia o texto completo de Lu Oliveira em:

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