domingo, 23 de março de 2014

EquiNO/cio - A voz dos leitores.

eu VENHO CINTILANTE e áspero calor eqüINO sobre o mundo ARAUTO que sou de um novo tempo desde a hora em que as ONDAS do Amazonas rebentaram o alúvio das encostas na primeira MANHÃ

eu VENHO CAVALGANTE no cerrado e nos estirões inebriado com o bramIDO das cachoeiras e com o ronco dos MACAréus CavALGO sim em banzeiros caudatários de uma pororoca enorme  - estro sem fim -  sacralizando vôos vindOUROs além desta procela que se instaura incompreensível no meu tempo


passará A VEZ do ÁZIMO pão posto bruto que agora é tempo de pousio da espera da nova fertilização da terra quando deveremos ARAR novas angústias e colher o juSTO fruto e descascá-lo e cortá-lo à lâMINA afiada na curva dos varadOUROs
(Canto, Fernando. EquinoCIO, Textuário do Meio do Mundo. Ed. Paka-Tatu. Belém-PA. 2004.)

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Cyssah04/03/2014

Um EnCanto
VIAGEM PELO BRASIL EM 54 LIVROS
13/54


"equino CIO" de Fernando Canto foi publicado pela editora Paka-Tatu em 2004.

O livro possui 56 textos curtos escritos em prosa que tanto canta a cultura e as belezas amapaenses quanto conta casos da população da região amazônica. Alguns textos são bem engraçados, outros românticos e há ainda aqueles que te fazem pensar na forma como agimos como em "disCURSO DE aniVERsário" que fala sobre como nosso vocabulário é mal influenciado pela TV Brasileira. O mais interessante sobre os textos e que são escritos com letras de tamanhos diferente que lhe permitem ler uma palavra dentro da outra saber os temas que serão tratados com em " a palavrA MORte" que fala tanto de morte quanto de amor. O livro também possui belas ilustrações.

Rogério30/01/2014

Essa obra é recheada de crônicas, poesia e relatos que mostram faces do povo equinocial. O autor passeia pela literatura fantástica, com símbolos e devaneios, ou aplica-se a simples descrição de memórias, causos, fatos ocorridos ou ainda corriqueiros. Histórias paridas e embaladas no meio do mundo, sob o sol do equinócio. Uma identidade apresentada nas impressões do poeta.

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Catarse

boemios_1-1 

Ontem (05/03) vivi uma bela emoção. Comemorei com a Nação Negra a vitória da Universidade Boêmios do Laguinho no carnaval de 2014.

É belo observar as mais diferentes manifestações de júbilo, felicidade, comoção, explosão de sentimentos entre risos e lágrimas que uma decisão provoca.

O Carnaval, como poucas manifestações culturais possibilita essa descarga exacerbada de emoções por vezes conflitantes: o riso e as lágrimas. O riso gargalhado é a constatação da vitória e a alegria de que o trabalho empreendido foi profícuo; já as lágrimas incontidas são a digressão, como um filme rebobinando, onde se relembra cada dificuldade ultrapassada, cada correção de rumo no planejamento, cada ego inflamado que precisou ser massageado, cada paetê ou lantejoula que precisou ser rebordada, cada passo que precisou ser ajustado.

É a catarse em sua mais pura expressão como já ensinava Aristóteles, a "purificação" experimentada pelos espectadores, durante e após uma representação dramática.

Boêmios do Laguinho vem, há muitos anos, empreendendo um trabalho de conscientização de sua comunidade, reverenciando seus ancestrais e prestigiando seus integrantes, buscando elevar a autoestima de um povo que tem em sua história episódios de luta e determinação para construir seu espaço físico e cultural, e hoje, culminou com a vitória não de sua diretoria, mas de todas as pessoas (da Comissão de Frente aos empurradores dos carros alegóricos) que, ombro a ombro, desfilaram na passarela do samba de forma compacta, leve e radiante para comemorar os seus 60 anos de fundação.

Entreouvi em uma conversa na concentração no Sambódromo, antes de Boêmios passar: “Boêmios vai ganhar porque quem sai no Boêmios, ama o carnaval e ama o Laguinho. Me diz aí: Que outro bairro tem hino? Só o Laguinho”. E isso é verdade, o hino do Laguinho está em todos os seus sambas enredos: Sou Laguinho, sou Boêmios, sou paixão.

A felicidade que me assalta tem um nome: pertença. Um sentimento de fazer parte, uma sensação de que na Nação Negra o sobrenome é emoção, basta amar a Universidade e fazer o que lhe cabe para que ela possa brilhar.

Parabéns, Boêmios! Parabéns, Nação Negra! Parabéns Laguinho!