quinta-feira, 6 de março de 2014

Catarse

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Ontem (05/03) vivi uma bela emoção. Comemorei com a Nação Negra a vitória da Universidade Boêmios do Laguinho no carnaval de 2014.

É belo observar as mais diferentes manifestações de júbilo, felicidade, comoção, explosão de sentimentos entre risos e lágrimas que uma decisão provoca.

O Carnaval, como poucas manifestações culturais possibilita essa descarga exacerbada de emoções por vezes conflitantes: o riso e as lágrimas. O riso gargalhado é a constatação da vitória e a alegria de que o trabalho empreendido foi profícuo; já as lágrimas incontidas são a digressão, como um filme rebobinando, onde se relembra cada dificuldade ultrapassada, cada correção de rumo no planejamento, cada ego inflamado que precisou ser massageado, cada paetê ou lantejoula que precisou ser rebordada, cada passo que precisou ser ajustado.

É a catarse em sua mais pura expressão como já ensinava Aristóteles, a "purificação" experimentada pelos espectadores, durante e após uma representação dramática.

Boêmios do Laguinho vem, há muitos anos, empreendendo um trabalho de conscientização de sua comunidade, reverenciando seus ancestrais e prestigiando seus integrantes, buscando elevar a autoestima de um povo que tem em sua história episódios de luta e determinação para construir seu espaço físico e cultural, e hoje, culminou com a vitória não de sua diretoria, mas de todas as pessoas (da Comissão de Frente aos empurradores dos carros alegóricos) que, ombro a ombro, desfilaram na passarela do samba de forma compacta, leve e radiante para comemorar os seus 60 anos de fundação.

Entreouvi em uma conversa na concentração no Sambódromo, antes de Boêmios passar: “Boêmios vai ganhar porque quem sai no Boêmios, ama o carnaval e ama o Laguinho. Me diz aí: Que outro bairro tem hino? Só o Laguinho”. E isso é verdade, o hino do Laguinho está em todos os seus sambas enredos: Sou Laguinho, sou Boêmios, sou paixão.

A felicidade que me assalta tem um nome: pertença. Um sentimento de fazer parte, uma sensação de que na Nação Negra o sobrenome é emoção, basta amar a Universidade e fazer o que lhe cabe para que ela possa brilhar.

Parabéns, Boêmios! Parabéns, Nação Negra! Parabéns Laguinho!

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